Por Ivan Ramos

Na semana que passou o assunto predominante na área empresarial catarinense foi ferrovias. Políticos e governantes anunciaram a construção de duas importantes ferrovias em nosso estado. Uma de percurso litorânea, isto é, ligando os portos de Imbituba, no sul do estado, passando por Itajaí e chegando ao Porto de São Francisco do Sul, na região norte catarinense. Além disso, se falou muito do desvio ferroviário urbano na cidade de São Francisco, para retirar do centro o fluxo de trens, que além de demorar mais para chegar ao terminal portuário, também complica com o trânsito rodoviário na cidade. A outra informação que circulou foi a licitação para elaboração de projetos para construir a ferrovia leste-oeste. O objetivo é ligar o extremo-oeste catarinense com o litoral. As intenções são de além de resolver um grave problema de transportes de cargas da área de produção agropecuária catarinense até os portos, também oferecer a alternativa de canal de transporte dos demais países do MERCOSUL para o nosso litoral, e vice-versa, ou seja, através das ferrovias chegar até o Chile e de lá via marítima pelo Oceano Pacífico atingir o outro lado do mundo mais rapidamente. Será um sonho? Pode-se dizer que sim, mas um sonho que pode se tornar realidade. Certamente não a curto prazo, mas que inevitavelmente um dia terá que ocorrer, pois é só lembrarmos que em todos os países desenvolvidos do mundo, a ferrovia é o principal meio de transporte de cargas, e até mesmo de passageiros. No Brasil, infelizmente, ocorreu o contrário, ou seja: acabaram com o transporte ferroviário, com isso congestionando as vias de transportes rodoviários, destruindo as estradas e onerando significativamente o custo dos produtos. Para as cooperativas e agricultores a construção de uma boa malha ferroviária, ligando com os principais centros consumidores com portos, ofereceria duas vantagens: o escoamento da produção agropecuária e o abastecimento de insumos, pois são os fertilizantes e o calcário que demandam maior volume de transporte e assim teríamos custos menores se utilizadas às ferrovias. Ainda se fala que poderá ser estendido um ramal ferroviário do oeste do Paraná até Chapeco, ligando à ferrovia daquele estado, e possibilitando pelo menos que a produção da região de Chapeco, chegue aos portos. Na realidade, todos nós sabemos que implantar uma ferrovia demanda custos elevados, principalmente, o trecho Leste-Oeste, ou seja, de Dionísio Cerqueira a Itajaí ou São Francisco do Sul, mas não será impossível construir. O que se espera é que mais uma vez esse não seja um anúncio politico-eleitoreiro. Como estão se aproximando novas eleições, e as promessas de grandes obras, são pródigas nessas épocas. O setor agropecuário será o grande beneficiado se forem concretizadas essas obras, razão pela qual deve ficar atento e cobrar de suas lideranças políticas e governantes para que concretizem os projetos, e depois disso, as obras saiam do papel. Pense nisso.