Terminada a Guerra Fria, o mundo tornou-se, por algum tempo, unipolar, com a absoluta e inconteste liderança dos Estados Unidos na cena mundial. Presenciei, na Organização das Nações Unidas (ONU), absoluta submissão dos demais integrantes do Conselho de Segurança ao desejo de Washington. Primeiro, foi no caso da ação militar no Kuwait, quando as tropas de Sadam Hussein invadiram aquela província petrolífera. Depois, quando, com base em suspeitas do uso por Sadam de armas químicas (o que não se confirmou), o Conselho de Segurança autorizou o desembarque de tropas no Iraque, para onde vários países, como Inglaterra e França, enviaram, também, armas e soldados.
Essas guerras fizeram crescer o ódio de várias facções muçulmanas contra o Ocidente, desencadeando uma realidade nova: a escalada do terrorismo, com a disseminação de atentados, em várias partes do mundo, explodindo metrôs, estações rodoviárias e ferroviárias, aeroportos, embaixadas, e até mesmo em escolas.
Domênico De Masi, o mestre dos sociólogos italianos, definiu o novo quadro histórico como “marcado por dois fundamentalismos: o muçulmano e o norte-americano”, estabelecendo uma bipolaridade belicosa tão grave como a que antepôs a União Soviética aos Estados Unidos.
Nesta quinta feira, 11 de Setembro, terão transcorrido 13 anos do ataque suicida às Torres Gêmeas de New York e ao Pentágono. O massacre aéreo/naval japonês à Ilha de Perl Harbour, na Segunda Guerra Mundial, embora longe milhares de quilômetros do território norte-americano, causou um trauma que o povo e o Governo dos Estados Unidos ainda não esqueceram.
Imagine o tamanho da comoção que perdura em New York e Washington pela agressão direta ao seu poder financeiro e militar. Ao derrubar as Torres Gêmeas e destruir parte do Pentágono, a Al Kaida despejou toda a sua ira contra os norte-americanos, e demonstrou a fragilidade da defesa daquele País.
Passados 13 anos dos atentados de 11 de Setembro, aumentou o morticínio no Oriente Médio, numa guerra sem fim entre árabes e judeus, que é pano de fundo para muitas das outras ações belicosas de povos orientais, como os Chechenos, os Bósnios, chegando até as atrocidades da chamada irmandade muçulmana, que parece surgir como imã violento de todas as insatisfações de povos orientais.
A cena internacional é tão confusa que, de repente, o ditador da Síria, que os norte-americanos combatiam ferozmente, passou a ser aliado na luta contra grupos extremistas que ameaçam tomar o poder no Iraque e na Líbia.
Antes confinada ao Norte da África, a organização terrorista já se expande para países centro-africanos, cuja população muçulmana cresce significativamente naquele continente.
O aumento da escalada terrorista nesses dez anos do 11 de Setembro demonstra, claramente, que os governos ocidentais – Estados Unidos, França, Inglaterra, principalmente – não tem tido uma diplomacia eficaz, como a que Washington teve, com Henry Kissinger, na normalização das relações bilaterais com a China, não obstante as várias crises no Estreito de Taiwan.
Tomara que isso se repita!
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