Artigo do Presidente da Cooperativa Central Aurora Alimentos e vice-presidente para o agronegócio da Fiesc

É um assunto delicado e desgastante, mas, Santa Catarina decidiu enfrentá-lo, com determinação e coragem. Refiro-me à reforma da previdência dos servidores públicos estaduais que o Governo propôs, buscando implantar novos mecanismos para equilibrar as contas públicas e reduzir o gigantesco déficit previdenciário. Ou se trilha esse trajeto espinhoso e necessário ou se caminha para o abismo.

Em 2014, os dispêndios com a Previdência do Governo catarinense com os 63 mil beneficiários de aposentadorias e pensões foi de R$ 4,3 bilhões e a arrecadação, de apenas R$ 1,7 bilhão. Assim, o Tesouro do Estado teve que aportar a diferença de R$ 2,7 bilhões. Essa situação precisa mudar porque a sociedade catarinense não suporta mais arcar com os bilionários gastos previdenciários cujo desembolso é maior que os recursos disponibilizados para a saúde de toda a população catarinense, com mais de 6,8 milhões de pessoas.

Infelizmente, tornou-se imperioso estabelecer idade mínima para aposentadoria de forma coerente com o tempo de contribuição, levando-se e conta o fato (positivo) de Santa Catarina ter a maior longevidade do Brasil; Além da coragem em enfrentar essa delicada e crucial questão que outras Administrações se recusaram a abordar, merece elogio a forma democrática e participativa com que o Governo estudou, discutiu e expôs a proposta recém-encaminhada para a Assembleia Legislativa.

É preciso entender que o cidadão que paga a conta do Poder Público não concorda mais com a manutenção de elevadas aposentadorias e dezenas de benefícios aos servidores ativos ou inativos, muito superiores ao que recebem os trabalhadores do setor privado. Sabemos que essas medidas produzirão efeito somente em longo prazo para estancar o rombo nas contas com pagamento de aposentadorias, mas era imprescindível colocar em marcha esse processo.

Estou certo de que os parlamentares com assento na Assembleia Legislativa compreenderão a dimensão desse projeto e o aprovarão sem fazer concessões demagógicas e sem ceder às pressões do corporativismo. Nesse momento, todo cidadão manifesta aprovação, incentivo e reconhecimento a essa iniciativa.

Autor:  Mário Lanznaster, presidente da Cooperativa Central Aurora Alimentos e vice-presidente para o agronegócio da Fiesc