Em artigo para Adjori, deputada comemora Dia Internacional da Mulher
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(Fotos: Divulgação)
Deputada Ana Paula Lima diz que as mulheres têm um sonho neste dia: só comemorar as conquistas e avanços
8 de março:
Comemorar as conquistas e avançar mais para garantir direitos
Ana Paula Lima*
Nós mulheres, em todos os espaços e em todos os lugares, temos um sonho: que chegue o Dia Internacional da Mulher e possamos somente comemorar nossas conquistas por respeito e por uma cultura de paz. Que a nossa liberdade de ação e de escolher quem queremos ser no mundo, com igualdade de direitos, tenha amplo respaldo da sociedade e, portanto, estejamos protegidas de qualquer tipo de discriminação ou ato de violência.
Depois de tantas décadas de lutas, o 8 de março é, sim, uma data para reverenciarmos nossas conquistas. Houve mudanças inegáveis pois, aos poucos, as mulheres passaram a ser protagonistas da própria história. Organizadas, conquistamos o direito ao voto, o acesso à educação e ao trabalho formal e a participação ativa nos espaços de poder e decisão. Mas nada nos foi dado de graça e por isso temos o direito de comemorar a força e obstinação das mulheres, bem como o exemplo e a liderança de tantas personalidades – reconhecidas pela história ou anônimas – que acreditaram numa sociedade diferente.
No Brasil, elegemos pela primeira vez uma mulher presidenta da República. Sua presença no mais alto cargo da Nação é um marco no rompimento de barreiras e na visibilidade da questão social da mulher. No início de março, a Secretaria Especial de Políticas para Mulheres lançou uma campanha nacional que evidencia o protagonismo de todas nós para o desenvolvimento do país. “Cada vez mais as mulheres conquistam seu espaço. Cada vez mais o Brasil também é feito por mulheres”, diz o slogan da campanha, valorizando a nossa participação na construção do país que queremos.
Ao mesmo tempo, apesar do Governo Federal priorizar cada vez mais as políticas de ação afirmativa e de proteção contra a violência doméstica, é fato que precisamos questionar e mudar a cultura que ainda oprime as mulheres. Desde a infância, mulheres são submetidas à violência sexual, à agressão física e psicológica. Em muitos e muitos casos, mulheres são mortas por ex-companheiros e namorados. Dados das Organizações das Nações Unidas apontam que de cada dez mulheres, sete sofrerão algum tipo de agressão ao longo da vida. É um ciclo que temos urgência em romper.
Como parlamentar, tenho reivindicado que o Governo de Santa Catarina cumpra sua parte na proteção às mulheres. Aqui, ainda não foi feita a lição de casa. A Lei Maria da Penha, que determina a criação de instrumentos de proteção como as Casas Abrigo e delegacias especializadas no atendimento às vítimas de violência, não foi implementada
Precisamos mudar essa situação. Continuaremos a exigir das autoridades que se comprometam com políticas públicas que conduzam a mudança de uma cultura que, através dos séculos, tem privado a maioria das mulheres dos seus direitos. E as mudanças precisam ser rápidas.
• A deputada Ana Paula é líder da Bancada do PT na Assembleia Legislativa de SC. Está no terceiro mandato parlamentar e foi a primeira mulher a presidir o Parlamento Catarinense . Articulou a criação da Bancada Feminina na Alesc. Como coordenadora da Bancada Feminina, em 2012, ajudou a promover seminários regionais para a elaboração de um diagnóstico sobre a violência doméstica em Santa Catarina.
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