Confira o texto do secretário de Estado da Fazenda distribuído aos jornais associados à Adjori/SC

Antonio Gavazzoni, secretário de Estado da Fazenda e doutor em Direito Público
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Quem esteve no exterior já deve ter se indignado com a desinformação de alguns estrangeiros sobre o Brasil, que misturam tango e futebol para se referir ao nosso país. Quem é de Santa Catarina também deve ter experimentado contrariedade parecida ao ouvir que era "do Sul" - como se não tivéssemos identidade própria. Por muito tempo fomos a Santa, bela e desconhecida Catarina. Até na previsão do tempo dos noticiários nacionais nosso estado passava batido.

Nos últimos sete anos ganhamos destaque como melhor destino turístico do país. Mas foi agora, em 2015 - ano de crise - que Santa Catarina começou a chamar mais a atenção. Um estado tão pequeno, com apenas 1% do território, é a sexta maior economia do país. É o Estado com a menor taxa de desemprego e com o menor número de analfabetos do Brasil. A unidade da Federação que, mesmo no auge da crise que deixou estados sem condições de honrar a folha de pagamento, antecipou o décimo terceiro e os salários de dezembro. Tudo isso com um diferencial: sem aumentar impostos. Enquanto ao menos 18 estados não escaparam desse recurso, nós temos conseguimos resistir. Enquanto for possível, não imporemos aos contribuintes um peso que é da estrutura pública. Aumentar impostos é adiar ainda mais a retomada do desenvolvimento econômico.

Foi preciso que a economia do país afundasse para que a de Santa Catarina aparecesse. Ao longo do ano, diferentes veículos nacionais de comunicação procuraram entrevistar o governador Raimundo Colombo - diga-se de passagem, o primeiro governador a ser reeleito em primeiro turno no Estado e que tem 64% de aprovação dos catarinenses.

Esse reconhecimento nacional, que só acontece agora, é resultado de diversos fatores sociais e econômicos. Estado do país mais acometido por desastres naturais como enchentes e ciclones, Santa Catarina tem a força da superação no seu DNA. A mistura de muitas colonizações que formou o Estado está hoje fortalecida com brasileiros e estrangeiros de todos os lugares, que buscam aqui uma terra de oportunidades.

Santa Catarina pode ser ainda um tanto desconhecida de muitos brasileiros, mas há tempos está no mapa de investidores estrangeiros. Recentemente, em palestra a um grupo de empresários de logística, ouvi de um conselheiro de uma multinacional do setor farmacêutico que "na Alemanha, nem todos sabem muito sobre o Brasil, mas todos conhecem Santa Catarina". Vale lembrar que temos a única sede da BMW fora da Alemanha.

Muito desse crédito se deve a uma cultura de disciplina fiscal que se traduz em segurança jurídica. Em Santa Catarina cumprimos contratos e primamos por uma gestão fiscal justa e transparente. Além de mão de obra diferenciada, frequentemente destacada por empreendedores que investem aqui, desenvolvemos internamente alguns sistemas de administração tributária e gestão financeira que, para nosso orgulho são frequentemente estudados e copiados por outros estados. Entoamos permanentemente o mantra de que é preciso fazer as despesas caberem dentro das receitas. Ajuste fiscal é parte da nossa rotina há anos. Caminhamos junto com o setor privado em parcerias pelo desenvolvimento de setores estratégicos. Por tudo isso, podemos não estar imunes à crise; mas, quando ela passar, seremos um estado ainda mais competitivo.