Artigo: 'Por que confiar no agronegócio catarinense', por Antonio Gavazzoni
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Confira o texto do secretário de Estado da Fazenda distribuído aos jornais associados à Adjori/SC nesta semana
Antonio Gavazzoni, doutor em Direito Público e secretário de Estado da Fazenda
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Uma das âncoras da economia catarinense, o agronegócio cresceu na última década embalado pelas novas tecnologias, investimentos públicos e privados. Os resultados desse gigantesco conglomerado, que passa pela agricultura, pecuária, extração vegetal e pesca, vem garantindo a Santa Catarina altos índices de produtividade, competitividade e reconhecimento nos mercados interno e externo.
Estamos colhendo hoje o que plantamos no passado. Apesar da queda generalizada do PIB e dos prognósticos de dias difíceis, os números mostram que o agronegócio pode ser o fiel da balança em 2016. Analistas têm dito que a atividade primária deve impedir o derretimento do PIB. Não digo que nossos produtores não sentirão os reflexos da crise. Os tempos são outros: os preços internacionais de commodities agrícolas devem cair, e o agronegócio também terá de enfrentar a turbulência. A diferença está em como vamos reagir e enfrentar o problema. Quais são as alternativas? Uma é apontar os culpados. Outra é mudar, reciclar, reinventar, rever planos e metas, buscar novos mercados, aumentar a produtividade.
Naturalmente, o governo também tem de cumprir seu papel, garantindo à cadeia produtiva as condições para plantar, produzir, criar, vender. Um dos nossos diferenciais é o certificado da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) que reconhece o Estado como "livre de aftosa sem vacinação", status obtido em 2007 e que ainda hoje exige o desembolso de R$ 200 milhões/ano em defesa sanitária. Estamos investindo continuamente em infraestrutura e na logística que leva a produção catarinense para outros Estados e também ao Exterior. Prova é que quatro dos dez melhores portos do Brasil estão em Santa Catarina. Ainda que muitas vezes mal interpretada, a política de incentivos fiscais tem de ser mantida - os números mostram que o governo acertou no passado ao conceder benefícios e atrair novos investimentos para o Estado.
Alimentos levados à mesa de milhões de pessoas todos os dias, nos quatro cantos do mundo, têm DNA catarinense. São toneladas e toneladas de produtos de origem suína, frangos, arroz, alho, cebola, batata, maçã. A lista de produtos "made in SC" é longa. E a qualidade desperta o interesse de consumidores cada vez mais exigentes. Ano após ano, com ou sem crise, os produtos do agronegócio vêm garantindo em média 60% das exportações catarinenses. O segmento tem 3.432 cooperativas e indústrias e emprega 105 mil trabalhadores.
Líder da produção de suínos, com 25% do total nacional, Santa Catarina industrializou 815,9 mil toneladas em 2014, número que certamente foi superado em 2015 com as exportações para o Japão, o Chile e os Estados Unidos - os dados do ano ainda estão sendo consolidados. Agora, em 2016, nossa carne suína conquistou o cobiçado mercado da Coreia do Sul. Contratos como esse geram emprego, renda e movimentam a economia.
Mais uma vez, constatamos que a diversidade da nossa economia, combinada à disciplina fiscal, coloca diante de nós a oportunidade de sair da crise como o Estado mais competitivo do Brasil. A solidez do agronegócio certamente irá nos ajudar a enfrentar o mar revolto que temos pela frente. Confiamos no nosso trabalho e no trabalho dos catarinenses. Quando a tempestade passar, é levantar a âncora e zarpar.
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