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Audiência foi realizada pela Alesc na noite desta sexta-feira (28), em São Bento do Sul (Fotos: Daniel Conzi/Agência AL)
Audiência realizada na noite de sexta-feira (28), em São Bento do Sul ressaltou que pesquisas mostram números concretos de que, onde as escolas cívico-militares são implantadas, todos os índices melhoram
A Alesc realizou, na noite desta sexta-feira (28), por meio da Comissão de Educação e Cultura, uma audiência pública para debater a implantação de uma escola cívico-militar em São Bento do Sul, medida que integra um movimento crescente em Santa Catarina pela adoção desse modelo. A proposta prevê a parceria entre profissionais da educação e membros da segurança pública na gestão escolar, com foco em disciplina, organização e melhoria dos índices de aprendizado.
“Pesquisas mostram números concretos de que, onde as escolas cívico-militares são implantadas, todos os índices melhoram. O índice de aprendizado, como o Ideb, aumenta, a evasão escolar diminui, e a violência verbal, patrimonial, física, ou seja, todo tipo de violência diminui. A sensação de segurança no entorno e na comunidade escolar também melhora”, destacou o deputado Marcos da Rosa (União), propositor do debate.
Segundo o parlamentar, existe um forte clamor da comunidade de São Bento do Sul pela implantação da escola. “Já há o desejo da população e também o interesse da administração municipal em adotar esse modelo de ensino. Além disso, o governo Jorginho Mello já mantém escolas cívico-militares pelo estado, então acredito que teremos sucesso com essa demanda aqui no Planalto Norte”, afirmou.
Viabilidade e Local Indicado
Uma comissão de estudo e viabilidade para a implantação da Escola Cívico-Militar foi criada e, após avaliações, indicou o local para a gestão compartilhada. “Realizamos estudos por três meses, ouvindo pais, mães, comunidade em geral e a comunidade escolar. Chegamos à conclusão de que o bairro Serra Alta, no Colégio Frederico Fendrich, é o melhor local para implantarmos essa gestão. Além de ser o bairro mais populoso de São Bento, também é o mais vulnerável”, explicou o presidente da comissão, Maurício Maia.
A proposta também foi defendida por Priscila Maia de Souza, mãe do jovem Maurício Maia, estudante da rede pública. “É de extrema importância termos a escola cívico-militar na nossa cidade. Como mãe, sinto a esperança renovada. Já tive experiências com meu filho tanto em escola pública quanto particular, e percebemos que ainda falta segurança e disciplina. Por isso acreditamos que a escola cívico-militar vai trazer esses elementos para São Bento do Sul”, declarou.
Crescimento do Modelo em Santa Catarina
Santa Catarina está entre os estados que mais ampliaram o número de escolas cívico-militares na última década. Diversos municípios aderiram ao formato com apoio do governo estadual ou por iniciativa própria, especialmente após o encerramento do Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares, em 2023.
Desde então, várias cidades catarinenses optaram por manter ou criar modelos locais, conduzidos diretamente por prefeituras ou em parceria com a Polícia Militar e o governo do Estado. Atualmente, o estado conta com 18 unidades municipais e estaduais operando no formato híbrido de gestão.
O comandante do 23º Batalhão de São Bento do Sul, tenente-coronel PM Cremilson Veloso, explicou como funciona a gestão compartilhada.
“Existe a estrutura normal de um colégio, com diretora e corpo docente, e nós integramos nosso trabalho a essa equipe. Buscamos interagir ainda mais com a sociedade por meio de um órgão que forma o cidadão. No colégio cívico-militar, procuramos integrar valores alinhados ao que desejamos para a sociedade, como organização e disciplina. Um ponto importante é que os colégios cívico-militares não retiram efetivo diretamente da corporação, pois contam com policiais da reserva remunerada”, pontuou.
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