Na quinta (20/6), o presidente do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), João Paulo Kleinübing, fez o discurso de abertura da atividade “A seat at the table: getting the green (finance) for green projects”, que discute o financiamento a projetos sustentáveis, organizado pela rede ICLEI – Governos Locais pela Sustentabilidade como parte do Congresso Mundial do ICLEI 2024. 

No evento, Kleinübing falou sobre a atuação do BRDE na viabilização de ações de resiliência urbana e adaptação climática em regiões do sul do Brasil como o Vale do Itajaí e a cidade de Blumenau, em Santa Catarina, e os Vales do Taquari e do Caí, no Rio Grande do Sul. Os aportes incluem a elaboração de estudos técnicos, obras de drenagem, macrodrenagem, contenção de encostas e prevenção de desastres em áreas de risco de Blumenau, e a destinação de recursos e condições especiais aos locais atingidos pelo recente desastre ambiental no Rio Grande do Sul e pelas inundações de 2023 em Santa Catarina. Perspectivas de cooperação entre o BRDE e o ICLEI em projetos futuros no Vale do Itajaí também fizeram parte da discussão. 

Além disso, foram frisados os programas Mais Sustentabilidade Ambiental, que promove apoio a ações de uso racional da água e dos recursos naturais e de manejo de materiais tóxicos, e Sul Resiliente, que financia projetos de resiliência urbana e prevenção de desastres naturais, incluindo estruturas de prevenção, manejo de resíduos e reassentamento de famílias que habitam áreas de risco, além de estudos técnicos e treinamento de pessoal necessários para a identificação dos riscos e implantação de soluções.

O evento

Organizado pela rede ICLEI – Governos Locais pela Sustentabilidade, que está presente em mais de 130 países impulsionando ações de desenvolvimento sustentável e resiliente, o “A seat at the table: getting the green (finance) for green projects” é parte do Congresso Mundial do ICLEI 2024, realizado entre 18 e 21 de junho em São Paulo, e foi composto por breves painéis com especialistas de diversas partes do mundo, seguidos de mesas redondas para discussão com os participantes. O foco foi reunir experts em financiamento e representantes de instituições financeiras a técnicos locais e regionais, promovendo a troca de experiências e conhecimentos em projetos verdes e de sustentabilidade urbana e suas possibilidades de financiamento. 

Além do presidente do BRDE, João Paulo Kleinübing, a ação contou com representantes do ICLEI, do Fundo Mundial para o Desenvolvimento das Cidades (FMDV), do Instituto Amazônia+21, do European Investment Bank (EIB), do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), do Cities Climate Finance Leadership Alliance (CCFLA) e da Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE), entre outros. 

Entre os tópicos discutidos estavam a apresentação das propostas a financiadores, ampliação do escopo de projetos, indicadores de monitoramento climático e estudos de viabilidade que podem embasar os planos e as possíveis formas de cooperação com o setor privado.


Divulgação / BRDE


Critérios do BRDE para a análise e enquadramento de projetos 

No evento, também foram apresentadas as questões utilizadas pelo BRDE e Banco Mundial para identificar um projeto de resiliência urbana no Programa Sul Resiliente. 

A análise leva em conta se a área de implementação já sofreu ou está sujeita a eventos ambientais adversos, se o projeto tem soluções eficientes para a correção ou mitigação dos riscos e aumento da resiliência nessas áreas, e quais os benefícios diretos ou indiretos que o projeto deve trazer para o local e sua população. 

O conhecimento dessas questões norteadoras pode auxiliar os proponentes a fazerem uma apresentação mais assertiva de suas propostas, otimizando as discussões com o BRDE ao buscar financiamento.