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Coronel Aurélio José Pelozato, Comandante Geral da PMSC, fala ao jornalista da Adjori/SC, Rubens Cardiga (Fotos: Marcelo Passamai - assessoria da PMSC)
Coronel Aurélio José Pelozato, Comandante Geral da PMSC, comemora os bons resultados na área Segurança Pública no Estado
Na entrevista exclusiva à Rede Catarinense de Notícias, o Comandante Geral da PMSC, Coronel Aurélio José Pelozato, avalia os números da Segurança Pública em Santa Catarina, comemorando os resultados registrados no Estado, em comparação com outras unidades da Federação. Elogia o efetivo da PM e reconhece a necessidade de ampliação da força policial e de mellhor remuneração da tropa. Totalmente contrário à liberação de drogas ilícitas, Pelozato anunciou a maior Operação de Verão da história de Santa Catarina. Acompanhe .
RCN: Qual a avalição que faz do primeiro ano à frente do Comando da Polícia Militar de SC?
Pelozato: Durante 2023, diversas pesquisas divulgaram números positivos de Santa Catarina na questão da segurança pública. Destaco, por exemplo, Jaraguá do Sul com 2,3 homicídios por 100 mil habitantes. É um dado fantástico, que supera países europeus. Florianópolis e SC ganharam respectivamente como capital e estado mais seguros do Brasil com números abaixo de dois dígitos, enquanto outras unidades da federação com 40, 50, 60 homicídios por 100 mil habitantes. São grandes conquistas. O Atlas das Segurança e da Violência traz o dado de 6,9 homicídios por 100 mil habitantes em Santa Catarina, na comparação com estados vizinhos 14 e 22 homicídios por 100 mil, ou seja, estamos muito à frente nesse quesito.
RCN: Como é possível SC alcançar números tão positivos na comparação com o restante do país?
Pelozato: O estado é composto por pessoas trabalhadoras, vivemos nos últimos meses calamidades da natureza, uma enchente atrás da outra, além da qualidade do nosso policial militar. O trabalho da corporação é muito amplo e vai além da segurança pública, que é apenas 30% da nossa competência constitucional. Atuamos na pandemia, que era uma crise na saúde, nossos homens vão para as escolas ensinar as crianças sobre os problemas que as drogas causam, ou seja, atuamos na ordem pública em Santa Catarina e com resultados inegavelmente positivos.
RCN: E como vai ser a atuação da PM durante a temporada de verão 23/24?
Pelozato: Nós temos um documento que mostra o planejamento da corporação para os próximos 10 anos, portanto nossa atuação não é ditada no curto prazo. Claro que esta rota está em constante atualização, mas sempre mantendo uma ideia central que conduz os trabalhos da PMSC. Essa será a maior operação da história. Em termos de efetivo, qualificação e tecnologia. Vamos ter drones, câmeras de identificação de placas, com muralhas eletrônicas que identificam foragidos da justiça. Será a maior e melhor operação também em razão do serviço prestado pelo efetivo da polícia militar.
RCN: O efetivo da PMSC tem homens suficientes?
Pelozato: É inegável a queda do nosso efetivo ao se olhar a série histórica, a cada ano a quantidade de policiais diminui, e essa é uma preocupação do governador Jorginho Mello (PL). Por isso temos um processo de seleção em andamento para mais 500 soldados e 50 oficiais. Em 2024 vamos ter duas novas turmas, mas que efetivamente vão estar prontos para atuação nas ruas possivelmente no segundo semestre. Passamos quatro anos sem acrescentar efetivo, portanto essa herança de falta de planejamento nos prejudica agora e por isso pensamos pensar no futuro. Temos esse compromisso do governador de incluir mais efetivo todos os anos, pois temos um número menor de policiais menor que no início dos anos 2000 e somente tecnologia não garante a continuidade de um bom trabalho.
RCN: Qual a avaliação do comando geral sobre a remuneração dos policiais?
Pelozato: A legislação prevê reposição da inflação anualmente, mas isso não ocorreu, então está acumulado esse prejuízo não pago ao efetivo. Temos tratado com o governador que é merecida essa valorização financeira, se somos a melhor polícia e entregamos os melhores resultados do país, é importante que exista a valorização no mesmo patamar. Se há condições financeiras, de um estado rico e trabalhador, é importante que isso se reflita nos salários pagos às forças de segurança. Sempre é possível melhorar, mas na comparação com outros estados temos uma média muito boa.
RCN: Qual a sua posição sobre a liberação do porte de maconha em pequenas quantidades?
Pelozato: A liberação dessas substâncias que ainda são ilícitas, como a maconha e a cocaína, não é a melhor solução. Países que tentaram essa liberação e estão avaliando proibir novamente, em razão de degradação de áreas provocada pelo vício das drogas, o crime está muito relacionado. O Proerd comemorou 25 anos este ano e é um programa que apostamos muito na PMSC, na prevenção. Esse trabalho é fundamental, além do combate ao crime organizado, apreendemos toneladas de drogas todos os anos. A liberação não é a solução. A atual geração do crime e do tráfico é considerada perdida, precisamos evitar que novas gerações sejam criadas, por isso a prevenção é o caminho.
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