Fiesc avalia impacto do tarifaço dos EUA no PIB e nos empregos em SC

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Fiesc avalia impacto do tarifaço dos EUA no PIB e nos empregos em SC

Por Rita Lombardi

 Publicado 24/09/2025 09:40  – Atualizado 24/09/2025 09:43

Cadeia de madeira e móveis, que tem forte dependência do mercado americano,  é a mais afetada
  • Cadeia de madeira e móveis, que tem forte dependência do mercado americano, é a mais afetada (Fotos: Divulgação FIESC)

Estudo mostra que regiões com menor diversificação industrial serão mais afetadas pelas tarifas impostas pelo Governo Trump. Municípios onde madeira e móveis puxam economia terão impactos mais significativos

Para medir o impacto da aplicação das tarifas de 50% pelo governo dos Estados Unidos sobre a economia de Santa Catarina, a Federação das Indústrias (FIESC) elaborou um estudo mapeando possíveis cenários de redução de exportações, para curto e longo prazos.
A nota técnica da entidade mostra que municípios com menor diversificação industrial estão mais vulneráveis ao impacto do tarifaço. Segundo o estudo, a região Serrana de Santa Catarina seria a mais afetada em qualquer cenário, devido à forte dependência da cadeia de madeira e móveis, altamente exposta ao mercado americano.

De acordo com o economista-chefe da FIESC, Pablo Bittencourt, mesmo no cenário mais otimista — redução de 30% das exportações por até dois anos — a região Serrana pode ter retração de 0,53% do PIB e acelerar processos de estagnação econômica e migração populacional. A queda de 70% nas exportações, considerada hipótese de colapso, poderia resultar na perda de mais de 100 mil empregos no longo prazo.

Os mais afetados
No ranking das mesorregiões mais afetadas, após a Serrana aparecem o Norte (-0,30%), o Oeste (-0,25%), o Vale do Itajaí (-0,22%) e o Sul (-0,17%). A Grande Florianópolis não teria perdas imediatas, mas poderia recuar até 0,99% do PIB em quatro anos, pelo efeito cascata em setores como comércio e serviços.

A nota técnica também destaca impactos por município: Salete tende a ser o mais atingido no cenário provável, seguido por Capão Alto, Itá, Benedito Novo e Caçador. O nível de desenvolvimento municipal, medido pela Firjan, atua como fator de amplificação ou de amortecimento dos efeitos negativos.
No cenário mais provável (queda de 30% das exportações em até dois anos), Santa Catarina perderia R$1,2 bilhão no PIB, cerca de 20 mil empregos e R$171,9 milhões em ICMS.

Programa Destarifaço
Para apoiar a indústria exportadora, a FIESC lançou o Programa Destarifaço, que reúne uma série de serviços gratuitos, tais como consultoria para novos produtos e mercados, suporte para acesso a crédito e incentivos públicos e capacitação para funcionários em situação de inatividade.
“O impacto do tarifaço não é uniforme. Em alguns casos, temos pequenas e médias indústrias com mais de 90% do seu faturamento comprometido. Temos que dar apoio a estas empresas e seus trabalhadores”, destaca o presidente da FIESC, Gilberto Seleme.

  • Página veiculada por mais de 30 jornais que abrangem todas as regiões do Estado (Reprodução)

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