com novos materiais informativos sobre a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e da Aids

A Secretaria de Estado da Saúde estará distribuindo durante a 4ª Semana da Diversidade, que começa nesta terça-feira (1°) em Florianópolis, novos materiais informativos sobre a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e da Aids. A campanha coincide com os 25 anos de epidemia de Aids em Santa Catarina, já que o primeiro caso notificado da doença, no Estado, ocorreu em agosto de 1984. Desde então, tanto o atendimento oferecido pelo Sistema Único de Saúde quanto a qualidade de vida dos portadores do vírus HIV evoluíram de forma impressionante.

 

"Esses 25 anos contam uma história de lutas, avanços, desafios e conquistas no Estado", comemora a gerente estadual de vigilância das DST e HIV/Aids, Iraci Batista Silva. Desde o início do trabalho, a SES contou com a importante colaboração da sociedade civil e das demais esferas do SUS (União e municípios), que ajudaram a consolidar as políticas públicas de controle da epidemia.

 

Em Santa Catarina, o Programa de Controle de Aids da Secretaria de Estado da Saúde foi criado em 1985, um ano após o primeiro diagnóstico de Aids, notificado em 4 de agosto de 1984, em Chapecó. A primeira mulher a contrair a doença teve o resultado confirmado em 1987. Nesses 25 anos, 20.645 adultos foram contaminados no Estado, sendo 13.067 homens e 7.578 mulheres. Dos casos registrados entre 1984 e 2008, 15 municípios concentram 76% do número total.

 

A incidência da doença em território catarinense apresentou crescimento entre 1984 e 2001, quando a taxa começou a sofrer uma redução considerável que durou dois anos. Desde 2004 os dados oscilam, com a incidência subindo e descendo. No Brasil, os índices vêm diminuindo desde 2005. Essa análise se refere ao número de casos de pessoas que notificam a Aids em comparação com a população.

 

A "feminização" da doença é uma das maiores preocupações dos técnicos de saúde em Santa Catarina. Em 1990, a cada cinco homens contaminados havia uma mulher. No ano passado, os dois sexos estavam equiparados. A taxa de mortalidade ainda continua alta, o que pode ser atribuído ao diagnóstico tardio, dificuldades na adesão ao tratamento e surgimento de doenças oportunistas sem acompanhamento médico especializado. Com relação à idade, mais de 80% dos infectados em Santa Catarina têm entre 20 e 49 anos.

 

A Aids (Acquired Imunodeficiency Syndrome) ou Síndrome da Imunodeficiência Adquirida surgiu no início da década de 1980. Em função do aumento exponencial no número de casos, a Organização Mundial da Saúde instituiu, em 1988, 1º de dezembro como o Dia internacional de luta contra a aids. A intenção da data é mobilizar, conscientizar e prevenir a doença em escala global. No Brasil, as campanhas oficiais de prevenção foram iniciadas em 1987.

 

"A epidemia tomou dimensões cultural, social, política, médica e econômica, que não podem ser analisadas de forma isolada ou definitiva. Hoje ela se caracteriza pela heterossexualização, feminização, interiorização e pauperização", explica Iraci. Além disso, a nova doença desafiou a área científica, conferindo maior visibilidade a questões
relacionadas à sexualidade.

No Brasil, o primeiro caso notificado ocorreu em 1982. Desde então, mais de 432 mil casos foram notificados no país, e a estimativa é de que 630 mil brasileiros vivam com Aids, sendo que dois terços não sabem que estão infectados, de acordo com o Ministério da Saúde. Hoje em dia, a infecção é mais freqüente entre heterossexuais, que ocupam 59,7% do total de casos no Estado. Em seguida, aparecem os usuários de drogas (24%) e os homossexuais (8,4%).

 

Para as próximas décadas, os principais desafios dos profissionais de saúde e das organizações sociais são reduzir a transmissão da doença de mãe para filho; eliminar a sífilis em Santa Catarina; garantir que todas as gestantes tenham acesso ao diagnóstico e ao tratamento do HIV e sífilis; reduzir a taxa de incidência e de mortalidade por Aids; ampliar o
diagnóstico precoce do HIV e a oferta de insumos de prevenção, como preservativos; fortalecer as redes sociais; promover mecanismos para melhorar a qualidade do atendimento dos portadores do vírus HIV; fortalecer, implementar e ampliar as estratégias de Redução de Danos; entre outras ações.