As informações foram transmitidas nesta semana ao presidente da Acic, Vincenzo Francesco Mastrogiacomo (na foto), pela senadora Ideli Salvatti e pelo deputado federal Cláudio Vignatti
Algumas das grandes reivindicações do oeste catarinense, encampadas pela Associação Comercial e Industrial de Chapecó (Acic), começam a ganhar viabilidade. A construção da Ferrovia Leste-Oeste foi incluída no PAC e a Universidade federal da Mesorregião será instalada ainda este ano em Chapecó.
Essas informações foram transmitidas nesta semana ao presidente da Acic, Vincenzo Francesco Mastrogiacomo, pela senadora Ideli Salvatti e pelo deputado federal Cláudio Vignatti.
No comando da entidade desde janeiro de 2008, o empresário Vincenzo Francesco Mastrogiacomo vem destacando a atuação da principal entidade empresarial do grande oeste catarinense com reivindicações de grande impacto regional, como a duplicação da rodovia federal BR-282, a transferência do Aeroporto Municipal Serafim Bertaso para a Infraero e a integração ferroviária da região com o litoral catarinense e o centro do país.
Qual é a grande novidade na busca da integração ferroviária do grande oeste catarinense com o litoral?
Mastrogiacomo ? Há mais de 20 anos o oeste catarinense reivindica uma ferrovia intraterritorial de ligação oeste-leste para escoamento da produção agroindustrial aos portos marítimos, em território catarinense. Agora, a senadora Ideli Salvatti e o deputado federal Cláudio Vignatti informam que a obra foi incluída no Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC, o que significa garantia de recursos para estudos técnicos e licitação da obra. Esperamos que ainda em 2009 sejam contratados e realizados os estudos de viabilidade econômico-ambiental e o projeto técnico.
Esse avanço não inviabiliza o projeto PR/SC pela Ferroeste?
Mastrogiacomo ? Não, porque são dois projetos diferentes. O que o Paraná oferece é uma alternativa que pode ser viabilizada mais rapidamente através da construção de um ramal da Ferrovia do Oeste do Paraná (Ferroeste), que, após a construção de uma extensão de Cascavel (PR) até Maracaju (MS), ligará Santa Catarina ao Mato Grosso, passando pelo sudoeste e oeste paranaense. Os dois projetos são complementares: o ramal da Ferroeste permitirá importar insumos e matérias-primas e a ferrovia leste-oeste facilitará as exportações. Ambos os projetos permitirão conexão com portos catarinenses e paranaenses.
E em relação à duplicação da rodovia BR-282, considerada para Santa Catarina a prioridade das prioridades?
Mastrogiacomo ? A senadora Ideli e o deputado Vignatti informaram que na próxima vinda ao Estado, o presidente Lula fará a inauguração do trecho da BR-282 entre Campos Novos e São José do Cerrito. Nessa ocasião, as lideranças políticas pedirão a inclusão das obras de adequação da rodovia federal BR-282 no PAC. O que é adequação? É um conjunto de melhorias que inclui a terceira pista e a recuperação total da rodovia. Isso será um grande avanço porque representa meio caminho para a duplicação.
Por que essa prioridade absoluta para a rodovia?
Mastrogiacomo ? Porque a BR-282 é o único caminho para escoar as riquezas exportáveis do grande oeste. Essa via tornou-se um gargalo logístico para o transporte de toda a produção econômica da região oeste. A ACIC defende a duplicação da BR-282 porque chegamos a um estágio em que a simples recuperação não resolve mais. Na condição de espinha dorsal do sistema rodoviário catarinense, a BR-282 é essencial para o escoamento da vasta produção agroindustrial do Oeste de Santa Catarina aos portos e aos grandes centros brasileiros de consumo. Por ela transitam milhões de dólares em produtos exportáveis que asseguram as divisas das quais o país precisa para sustentar seu desenvolvimento. Considerando-se somente a produção agroindustrial, somam mais de 500 mil toneladas de produtos cárneos, grãos e lácteos transportados todo mês.
Outra notícia positiva é a instalação da Universidade da Grande Fronteira do Mercosul?
Mastrogiacomo ? O ministro da Educação Fernando Haddad nomeou o professor Dilvo Ristoff para presidir a comissão especial de instalação da Universidade Federal Fronteira Sul (UFFS) que terá sede em Chapecó e campi descentralizados. Há notícias de que já haverá vestibular no fim deste ano.
E quanto à transferência do aeroporto para a Infraero? Essa meta ainda é possível?
Mastrogiacomo ? A Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária (Infraero) anunciou que pretende transferir para a iniciativa privada alguns aeroportos do país. Acredito que, no caso de Chapecó, aquela estatal tem interesse em assumir o controle do patrimônio e das operações. A Acic solicitou em 2008 a federalização do Aeroporto Municipal de Chapecó com sua transferência ao controle operacional da Infraero. Hoje, o Aeroporto de Chapecó é uma importante ferramenta geradora de negócios, possibilitando que o Oeste de Santa Catarina se conecte aos mais importantes centros empresariais do país e do mundo. O Aeroporto de Chapecó é um dos mais movimentados do sul do Brasil. Chapecó é a única cidade do interior de Santa Catarina a operar com três empresas aéreas comerciais regulares (OceanAir, GOL e NHT), sendo a única opção para moradores do Oeste de Santa Catarina, Sudoeste do Paraná e Noroeste Gaúcho.
Qual é a importância do aeroporto para o oeste?
Mastrogiacomo ? Os números fornecidos pela Administração do Aeroporto de Chapecó comprovam a necessidade da transferência urgente para a Infraero. O Aeroporto Municipal movimenta anualmente mais de 130 mil passageiros e 1,2 milhão de kg de carga. Os dados apresentados demonstram que o aeroporto é altamente viável e possui uma das maiores movimentações de passageiros, cargas e aeronaves do interior de Brasil.
Quais os efeitos dessas grandes obras na economia estadual?
Mastrogiacomo ? Essas obras e investimentos reduzirão as dificuldades logísticas para todos os setores da economia e, em especial, para as cadeias produtivas ligadas ao agronegócio, exclusivamente dependentes do transporte rodoviário. O futuro cruzamento ferroviário permitirá a integração e o intercâmbio de regiões de alta produção econômica e a dinamização da economia dos três Estados.
Na foto, Vincenzo Francesco Mastrogiacomo, presidente da Acic Chapecó
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